sábado, 21 de março de 2009

Maconha medicinal encontra alívio em mudança política nos EUA


LOS ANGELES - O ar dentro da loja do Grupo de Enfermeiros e Pacientes de Los Angeles exala o aroma da melhor maconha hidropônica, mas o dono, Don Duncan, disse na quinta-feira que consegue respirar aliviado.

Um dia antes, o procurador geral Eric H. Holder Jr. disse que as autoridades federais não tomarão mais ação contra as lojas de maconha medicinal se elas seguirem as leis estaduais e locais.

Ainda que 13 Estados, incluindo a Califórnia, tenham leis que permitem o uso medicinal da maconha, elas não eram reconhecidas pelo governo federal. Uma das duas lojas de Duncan foi alvo, em 2007, de uma patrulha contra a maconha medicinal realizada pela agência antidrogas norte-americana DEA (Drug Enforcement Administration) em Los Angeles durante a gestão Bush.

Duncan, fundador do grupo defensor do uso medicinal da maconha Americans for Safe Access (Americanos pelo Acesso Seguro, em tradução livre), disse que estava em uma reunião com oficiais da cidade na Prefeitura tentando resolver a questão da Proposição 215, que permite o uso medicinal da maconha, quando a patrulha aconteceu.

"Eu recebi uma ligação dizendo que haviam quebrado a janela da frente e arrombado a porta dos fundos", disse Duncan. Desde então, ele tem operado apenas uma loja, com medo de voltar a ser alvo das autoridades federais.

A declaração de Holder de que não autorizará patrulhas em lojas que vendem maconha para fins medicinais parece mudar a política do Departamento de Justiça, pelo menos de maneira retórica, abandonando a tolerância zero da gestão Bush em relação à maconha, que não levava em consideração as leis estaduais. Os defensores da maconha medicinal receberam bem a mudança.

Mas conversas com oficiais da gestão na quinta-feira revelaram contradições dentro do governo sobre o papel da declaração de Holder.
O porta-voz do DEA, Garrison Courtney, afirmou que a declaração do procurador-geral indica apenas que as autoridades irão continuar atrás das lojas de maconha que não cumprirem as leis estaduais e federais ao vender para menores, em quantidades excessivas ou ervas compradas de cultivadores não licenciados.

Fonte: The New York Times

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